Fazendo uma reflexão, sobre os crimes praticados ultimamente, quer na Praia, quer em São Vicente, deparo-me com um comentário televisivo que em poucas palavras dizia: “Estamos em 2010, tudo pode acontecer!”.
Tudo pode acontecer, quer dizer que tudo é permitido, tudo é válido. Assim com a evolução da sociedade, implicitamente teremos de acatar com as consequências. A nível mundial, falamos da guerra, do terrorismo, das doenças, da pobreza, enfim do reverso da medalha, de um desenvolvimento célere e em massa.
No nosso cantinho, em Cabo Verde, com uma sociedade virada para o consumo, com cada vez mais novas tecnologias, em que as crianças “já nascem ensinadas”, em que a educação é mais liberal, há mais facilidades no ensino, com muito apoio tecnológico, a comunicação social está mais diluída e oferece de tudo um pouco. Ora, assim temos uma sociedade mais informada e informante em diversos aspectos.
O consumismo, traz com ele, a febre de ter, mais que estar e ser. Faz do indivíduo um ser egoísta, materialista, em que os princípios não são os morais, são concerteza materiais, os valores pouco chegados aos códigos de boa conduta, de respeito, por si e pelo outro.
Torna assim, uma sociedade feita de superficialismos, de marcas exteriores de poder e tende a ser uma sociedade controlada pelo indivíduo, o simples actor social, em que as regras que compõem a sociedade são desprezadas. Assim, fácil e quase de graça, ceifar uma vida, passa a ser um dado adquirido e conseguido com uma quase natural facilidade e feita de “mão beijada”, pois o seu acesso é banalizado com a utilização, pouco controlada, de uma arma com uma atitude não proibida e não reflectida da do uso de uma simples faca, utensílio primeiro e único de cozinha.
E porquê?
Rever os valores é preciso, mais do que nunca. A educação no seio familiar. Aprender os limites onde acaba a nossa liberdade e começa a do outro. O respeito pela diferença. A tolerância. São pilares de uma educação, que deve ser consolidada e cimentada, na essência do ser. Há que saber gerir conflitos, quer em família, quer em sociedade. Não se pode pertencer a um grupo, se as referências que o identificam não se coadunam com a do indivíduo. E é preciso respeitar isso!
Viver em sociedade, implica necessariamente, respeitar as regras demandadas. Estar em família com uma educação liberal, onde se tem tudo do bom e do melhor, mesmo assim não chega, se em sociedade não se tem um comportamento consensual, de aprendizagem, humildade, respeito, tolerância.
Continuamos a ter uma sociedade mais que mediática, imediática, é tudo para consumir hoje, não se pensa no amanhã…sim, vive-se o presente, de maneira desenfreada, mesmo que isso implique “passar por cima” do outro!...não é por aí, meus senhores!
Elsa Fontes
10.01.10
terça-feira, 11 de maio de 2010
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